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Relaciones. Estudios de historia y sociedad
On-line version ISSN 2448-7554Print version ISSN 0185-3929
Abstract
BELIGAND, Nadine. Cristos reis, virgens e devotos na revolta nas serras mexicanas (1765-1770). Relac. Estud. hist. soc. [online]. 2015, vol.36, n.142, pp.105-156. ISSN 2448-7554.
Nos anos 1765-1770, uma série de rebeliões estalaram nos territórios das margens do reino da Nova Espanha. As motivações foram de natureza religiosa -obter um clero indígena encarregado da prática religiosa- e também política -a aversão em relação aos espanhóis-. Os chefes daqueles movimentos apropriaram-se de veleidades coletivas de vingança; acreditaram firmemente na chegada de um novo mundo no qual os índios não teriam sido vencidos, mas seriam senão vencedores, porque Deus pessoalmente baixaria à Terra para estabelecer a justiça divina no seu proveito. As características desses movimentos revelam as influências recíprocas entre a tradição autóctone (xamanismo, absorção de plantas psicotrópicas, alucinações, cultos ao redor das pessoas mágicas) e teologia cristã (missas, administração dos sacramentos, crença num só Deus verdadeiro, adoçâo dos nomes de Cristo e de Juan Diego). Os visionários, figuras mais íntimas da subversão, comportam-se como espelhos do cristianismo indígena. A sua aventura mística revela também uma identidade coletiva em que a diferença cultural está em um caminho intermediário entre a imitação da santidade e a indianização da prática católica. Assim, o cristianismo indígena, tal qual se tem praticado nos territórios de fronteira, sofreu um conjunto de transformações estruturais, cujo resultado foi a sua confiscação com a finalidade de obter a autonomia política e religiosa.
Keywords : Rebeliões indígenas; catolicismo indígena; visionários e profetas; século XVIII; Serra da Puebla; Serra Gorda.