Introdução
O Grupo de Pesquisa em Etnomusicologia da UFPR, GRUPETNO UFPR, é uma proposta que surgiu quando o Prof. Dr. Edwin Pitre-Vásquez, passou no concurso público federal, em 2010, para ser docente no Curso de Música do Departamento de Artes da Universidade Federal do Paraná, DeArtes, na cidade de Curitiba, no estado do Paraná, região sul do Brasil. Após assumir suas funções foi convidado pelo Programa de Pós-Graduação em Música, o PPGMúsica para ser orientador no curso de Mestrado. Nessa oportunidade ele propôs durante a seleção dos candidatos para o mestrado a criação de uma linha de pesquisa em Etnomusicologia, disciplina que não existia na universidade. Essa sugestão se deu após ter observado que o estado do Paraná, possuía uma característica multiétnica e multicultural, sendo um território da nação guarani, com colonizações de matriz portuguesa, espanhola, alemã, polonesa, italiana, japonesa, argentina, paraguaia dentre outras [1]. Diante dessa diversidade de temática para pesquisa das práticas musicais dessas comunidades passou a existir a necessidade de atender a demanda de pesquisadores dos diferentes grupos étnicos e o Colegiado do PPGMúsica aprovou a ampliação da linha de pesquisa Musicologia que incorporou assim a Etnomusicologia em 2011. Posteriormente, ainda no ano de 2011, o Professor Doutor Edwin Pitre-Vásquez criou o Grupo de Pesquisa em Etnomusicologia da UFPR, vinculado ao PPGMúsica e certificado pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), sob sua liderança tendo como vice-líder a Dra. Luzia Aparecida Ferreira-Lia, professora colaboradora do PPGMúsica, especialista em Políticas Públicas e Gestão Cultural. As linhas de pesquisa do GRUPETNO UFPR certificadas pelo CNPq são: 1. Etnomusicologia, 2. Música e Inovação, 3. Música tradicional e popular, 4. PARFOR Música UFPR, 5. Política Pública de Música, 6. Práticas Musicais. Isso possibilitou aumentar as discussões e reflexões na área, inicialmente nas reuniões com acadêmicos, pesquisadores independentes, professores das áreas de música, sociologia, antropologia, música popular e folclórica. O Grupo passou a se reunir quinzenalmente, às quintas feiras, no horário de 9h00hs às 12h00hs, no DeArtes, na sala 210. Participam do grupo alunos da graduação, iniciação científica, mestrandos, doutorandos, pesquisadores nacionais / internacionais e da comunidade que se interessam pelos estudos na área da Etnomusicologia e Antropologia [2].
Nos anos seguintes, com o aumento significativo de inscrições de alunos na linha de etnomusicologia, foi observada a necessidade de sistematizar a gestão e as discussões que ocorriam nas reuniões do Grupo e também trazer para o grupo novos olhares. Assim, no ano de 2019, efetivou a parceria com a Profa. Dra. Liliana Porto do Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA), também da UFPR. Essa colaboração fortaleceu as pesquisas de ambos os programas. O GRUPETNO UFPR atualmente possui parcerias com a Escuela Nacional de Antropologia e História do México - ENAH, Universidad Nacional Autonóma de México - UNAM, Universidad Nacional de Asunción - UNA e com a Universidad de Panamá- UP. Essas parcerias objetivam disponibilizar ferramentas teóricas aos pesquisadores e participantes através de intercâmbios para agregar valor na produção, divulgação científica acadêmica e artística. Também são membros permanentes do GRUPETNO UFPR o Dr. Antenor Ferreira Corrêa Pós-Doutorado pela University of California, Riverside, a Dra. Eurides de Souza Santos, Professora Associada e Etnomusicóloga da Universidade Federal da Paraíba, o Dr. Fernando Antônio Ferreira de Souza, professor e Etnomusicólogo da Universidade Federal de Ceará - UFC, Campus Sobral, o Dr. Gonzálo Camacho Díaz Etnomusicólogo da Faculdade de Música da Universidad Nacional Autónoma de México - UNAM, o Dr. José Miguel Hernández Jaramillo e a Dra. Lénica Reyes Zuñiga, Etnomusicologia na Faculdade de Música da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM/México), o Prof. Dr. Luis Arturo Rivas Tovar do Instituto Politécnico Nacional do México (IPN). Nesse período também estabeleceu convênios com a Universidad Nacional de Panamá, a Universidad de La Guajira (Colômbia) e a Universidad Nacional Autónoma de Chiriqui (Panamá), onde realiza cursos, pesquisa e intercâmbio.
Desde 2011 conforme foram sendo aprovados os mestrandos e posteriormente os doutorandos estes passaram a fazer parte do GRUPETNO UFPR durante o seu período de pesquisa. Atualmente são membros além dos membros acima e do coordenador Dr. Edwin Ricardo Pitre-Vásquez; e da Vice-Líder a Dra. Luzia Aparecida Ferreira - Lia; o Dr. Cainã Alves; o Dr. Julio César Matos Borba; o Ms. Paulo Afonso Chaves Macan; a Ms. Amanda Moura Possette Paladino; o Ms. George de Almeida Pessoa; o Ms. André Pinheiro de Souza; os mestrandos Renan Elias, Celso Soares Costa Segundo, David Ernesto Vergara Murillo e os alunos da graduação Janayna Tosso Sfair, Dayane de Oliveira Pacheco, Fábio Augusto Machado Ferreira, Marina Cachova de Paiva, Emanuel Bruno Machado.
Nas reuniões quinzenais esses pesquisadores participam trazendo suas reflexões sobre os textos sugeridos e o grupo aporta contribuições significativas para as pesquisas dos mestrandos e doutorandos. O resultado é observado nos textos das pesquisas onde pode ser observado o avanço dos pensares dos alunos.
Embora esse salto qualitativo nas pesquisas seja evidente, o que se observa é a inexistência de uma sistematização por parte das coordenações de pós-graduação, principalmente na área das humanidades, comprovando que as reflexões sobre os grupos de pesquisa é um tema relativamente novo no Brasil. O exemplo disso é o pesquisador Guilherme Alves de Santana, que em 2015 defendeu sua dissertação de mestrado na qual aborda “A produção colaborativa de Conhecimento dos Grupos de Pesquisa Brasileiros e os Desdobramentos das Relações Sociais entre seus Pesquisadores,” junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal de Pernambuco, obtendo, em 26 de fevereiro de 2015, o título de mestre em Ciência da Informação. Em outubro desse mesmo ano o autor juntamente com Fábio Mascarenhas e Silva, apresentaram um artigo, com o mesmo título, no XVI Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação - XVI ENANCIB, realizado na cidade de João Pessoa no Estado da Paraíba, Brasil. Tanto a dissertação como o artigo trazem subsídios que possibilitam entender qual é a importância de um grupo de pesquisa “e permite avaliar seus desempenhos e a produtividade do setor de CT & I". (Idem, pg.1, 2015). Em sua dissertação Santana entende os:
…grupos de pesquisa como referências para o desempenho, desenvolvimento, investigação e produtividade científica. São agrupamentos de pesquisadores com objetivos inerentes ao desenvolvimento científico e tecnológico, e que ainda podem ser considerados instâncias acadêmicas indutoras para a formação de redes de relacionamento internas e entre pesquisadores de instituições diferentes. Pereira & Andrade, 2008, apud Santana, pg. 16, 2015.
Essas redes de relacionamentos somente se formaram em virtude do CNPq, que embora exista desde 1951 passou a focar também as áreas das humanidades nos últimos 20 anos, inclusive destinando bolsas para pesquisadores desenvolverem suas pesquisas. Assim, para o CNPq (2014), um grupo de pesquisa é definido como “um conjunto de indivíduos organizados hierarquicamente em torno de uma ou, eventualmente, duas lideranças”. Disponível em: <https://memoria.cnpq.br/o-cnpq>. Acesso em: 16 jul. 2022.
Diante desses pressupostos entende-se ser importante analisar e refletir sobre os grupos de pesquisas, principalmente os das áreas das humanidades, como é o caso do GRUPETNO UFPR. Isso porque:
[...] conhecer aspectos importantes sobre sua população, monitorar os processos de produção, difusão e uso dos conhecimentos científicos e tecnológicos e auxiliar a gestão das atividades de ciência e tecnologia, bem como pela tomada de decisão acerca de políticas indicativas dos interesses da organização sobre a geração de novos grupos de pesquisa e sua produção. Perucchi e Garcia, 2012, p. 61, (apud, Santana & Silva, pg. 6, 2015)
Esse artigo então se propõe apresentar uma primeira análise e reflexões sobre as atividades do GRUPETNO da UFPR nos seus 11 anos de existência e assim contribui para qualificar e quantificar a contribuição para as pesquisas no campo da Etnomusicologia brasileira.
Método
Com a finalidade de responder os questionamentos levantados sobre as pesquisas realizadas pelo Grupo de Pesquisa em Etnomusicologia da UFPR. Quais são: O Que? Onde? Quando? Quem? Como? Por que? Para que? Quanto?, dentre várias, e seus objetivos levantados, apoiados em métodos sistemáticos das pesquisas científicas com o desenho; experimental, transversal hipotético dedutivo-indutivo, descritivo-correlacional, neste artigo busca medir o grau de relacionamento entre as variáveis independentes sobre as práticas musicais, em localidades geográficas, junto a indivíduos e coletivos musicais, observando a inovação artística produzida com a dependente da vantagem competitiva. As fontes iniciais escritas em livros, artigos, revistas científicas, as sonoras/imagens nos áudios, vídeos, fotos, entrevistas foram revisadas e o modelo teórico de variáveis foi construído nesse artigo.
A experiência da criação e gestão do GRUPETNO UFPR, desde seu início tem sido desafiadora e gratificante. A princípio foram criadas as linhas de pesquisas em música local no Paraná, Música da América Latina, Políticas Públicas de Cultura, as normas internas e as propostas de calendários e pautas para as reuniões, bem como a sugestão de temas para estudo e discussão conjunta. Evidentemente que surgiram barreiras, como por exemplo a designação de uma sala para as reuniões, as quais foram enfrentadas a partir de diálogo com a administração, da sistematização de linhas multitemáticas e os perfis dos pesquisadores e através de intercâmbios e posturas dialógicas entre os participantes.
O perfil dos pesquisadores é formado pelos professores colaboradores da própria UFPR e também das universidades brasileiras, pós-doutores e doutores, alunos da graduação, mestrandos e doutorandos, pesquisadores independentes cujo interesses estão focados nas áreas de Etnomusicologia e Antropologia. Essencialmente as pesquisas são realizadas tendo como objeto a música popular latino-americana focadas desde o Brasil levando em consideração o contexto social onde é produzida, sua diversidade e multiplicidade.
Os objetos estudados são compostos por comunidades, artistas, mercado, consequências sofridas na Pandemia, novas formas de produção musical, sistemas das Redes Sociais. Isso, por que de acordo John Blacking (1973), a música pertence aos seres humanos, ou seja, para ele são “Sons humanamente organizado”, por determinada comunidade, assim, as pesquisas produzidas pelo GRUPETNO UFPR atendem à demanda produzida pelas comunidades e pesquisadores interessados, inicialmente na cidade de Curitiba e hoje estendida para outras cidades do Brasil e América Latina como Panamá, Paraguai, Colômbia, México.
Com o decorrer dos anos o GRUPETNO UFPR, tem utilizado programas (software) para a produção de áudios, vídeos e textos, particularmente durante o período da pandemia, quando o confinamento foi necessário para sobrevivência e saúde se tornou obrigatório. Nesse período, os pesquisadores começaram a utilizar o Audacity, ProTools, Zoom, Teams, Mendeley, ATLAS ti e como eles realizar suas investigações normatizando-as a novas formas. Diante desse novo cenário, a pergunta que surge é: quanto isto representa, desde a perspectiva financeira?, pois vários desses software geram custos, e nesse aspecto o quanto temporal, a dedicação física e intelectual para realizar a pesquisa tem sido acrescida devido a que a produção intelectual está sendo gerada dentro das casas de cada pesquisador, os quais acabam assumindo os custos, pois as verbas do Ministério da Educação tem sido reduzida a cada ano. A falta de acesso às bibliotecas físicas, durante o período de isolamento social, também limitou todas as possibilidades para acessar materiais como textos, discos, partituras, vídeos dentre outros e não restou outra alternativa senão recorrer e adaptar-se aos recursos tecnológicos em um curto espaço de tempo. Mesmo assim houve a produção de artigos, dissertações e teses como orientação e defesas online e participação em eventos e congressos da área musical, também realizados no sistema virtual.
Outro produto criado pelo GRUPETNO UFPR, é o Programa de Rádio “Tropicana Musical: déjala que siga… y no lo pares!” produzido de forma presencial desde 2019, inicialmente pela Rádio Paraná Educativa 97.3 FM, desde que a cidade de Curitiba teve que adaptar-se passando a efetuar sua produção no modo online. No período da pandemia começou a ser reapresentado pela Rádio da Universidade de São Paulo, USP FM, 93,7 de São Paulo e 107,9 Ribeirão Preto, Rádio da Universidade Estadual de Santa Catarina, Rádio UDESC, 100,1 desde Florianópolis, Santa Catarina e Música Maestro <https://www.radio-dominicana.com/musica-maestro-radio>, desde Santo Domingo na República Dominicana. O programa é apresentado e dirigido pelo Prof. Dr. Edwin Pitre-Vásquez e co-produzido pela Profa. Dra. Luzia Aparecida Ferreira-Lia e pelos alunos Amanda Possete, doutoranda e Luiz Henrique Borges, mestrando. A finalidade do programa é fazer a difusão da produção musical realizada pelas pesquisas desde o ambiente acadêmico e artístico das Américas e Sul Global.
O GRUPETNO UFPR, participa anualmente dos diferentes eventos acadêmicos; Colóquios da PPG Música UFPR, ENABET (Encontro Nacional da Associação Brasileira de Etnomusicologia), IASPM-AL (Rama Latinoamericana de la Asociación Internacional para el Estudio de la Música Popular” (IASPM-International Association for the Study of Music), ANPPOM (Associação Nacional de Pesquisa na Pós Graduação em Música).
Resultados
A quantificação dos resultados obtidos pode ser medida a partir da tabela na qual é possível observar quantificar os alunos que concluíram suas pesquisas. Assim temos um número maior de mestres pois inicialmente a pós-graduação somente atendia esses pesquisadores. O número de mestres formados ao longo dos anos foram: 2011: 01, 2013: 04, 2015: 02, 2016: 02, 2017: 03, 2018: 03, 2020: 02, 2021: 01. Após 2016 o programa obteve a aprovação do doutorado e na linha de Etnomusicologia concluíram suas teses em 2021: 01 e 2022: 01. Quanto aos alunos graduandos temos o registro de 2010: 02, 2011: 02; 2013:01; 2014:01; 2016:01; 2017:01; 2018:02; 2019: 03 e 2021: 04. Agencia de Comunicação SACOD UFPR 2019:02, Iniciação Científica 2012:01; 2015:01; 2019:03, Monografia de Conclusão de Curso de Aperfeiçoamento/Especialização - Faculdade de Artes do Paraná (FAP) 2012:02, Monitor em Docência 2011:03.
Desde a formação do GRUPETNO UFPR, fazem parte como pesquisadores permanentes 12 doutores nacionais e internacionais.
Também na tabela apresentado abaixo é possível quantificar os resultados por meio das publicações efetuadas pelos pesquisadores do GRUPETNO/UFPR.
Tem-se: 02 pesquisas de pós-doutoramento, 03 livros e 31 artigos. Embora possa parecer pouca essa produção há que se levar em conta que na área das artes esse número é considerado expressivo, pois um grupo que publica, em média 2,8 artigos por ano, demonstra ter uma boa produção.
Nome do Pesquisador | Tipo de Publicação | Título | Ano |
---|---|---|---|
1. Edwin Pitre-Vásquez | Relatório Pós-Doutorado | Prácticas Musicales en Contextos Latinoamericanos: esbozo de la musical del Fandango Jarocho de Veracruz en México | 2016 |
2. Luzia Aparecida Ferreira | Subsídios teóricos para a efetiva construção de Políticas Culturais aplicados ao campo da Música Popular na América Latina | 2016 | |
Livros | |||
1. Edwin Pitre-Vásquez | La cumbia panameña. Relatos sonoros. | 2018 | |
2.Luzia Aparecida Ferreira - Lia | Políticas Públicas para a Cultura - Teoria e Prática | 2017 | |
Artigos | |||
1. Luciano da Silva Candemil | A aprendizagem dos ritmos no Candomblé Ketu | 2018 | |
2. Edwin Pitre-Vásquez / Paulo Afonso Chaves Macan | A Cena Musical em Curitiba a Partir do Acervo do Programa Ciclojam entre 1996 e 2005 | 2017 | |
3. Edwin Pitre-Vásquez / Luzia Aparecida Ferreira-Lia | A Construção de uma Política Pública de Cultura da Área de Música no Paraná | 2012 | |
4. Luzia Aparecida Ferreira - Lia | A Cultura na Política Brasileira | 2010 | |
5. Cainã Alves | A Influência da Política Pública nos Desfiles da Escola de Samba do Batel de Antonina - PR: Anos de 2012 a 2014 | 2014 | |
6. A Invisibilidade da Música de Carnaval em Curitiba | A Invisibilidade da Música de Carnaval em Curitiba | 2013 | |
7. Edwin Pitre-Vásquez / Alisson Mateus Santos de Oliveira | A Música na Umbanda em uma Comunidade de Pratica: O Terreiro de Umbanda Caboclo Tupinambá, Pilarzinho em Curitiba | 2019 | |
8. Edwin Pitre-Vasquez / Luzia Aparecida Ferreira - Lia | A Organização na Busca de Uma Política Pública de Música no Paraná | 2013 | |
9. Edwin Pitre-Vásquez / Luzia Aparecida Ferreira - Lia | A Reconquista de um Espaço Consagrado Configura Uma Política Pública de Música em Curitiba - Paraná | 2014 | |
10. Cainã Alves | Carnaval de Antonina práticas musicais na bateria do Grêmio Recreativo Escola de Samba do Batel | 2013 | |
11. Criação sonora do álbum para música-a-música | Cumbia e Vallenato da Colômbia | 2012 | |
12. Felipe Viana Estivalet / Edwin Pitre-Vásquez | Dinâmicas Culturais do Gênero Milonga na canção Velho Leon e Natália em Coyoacán de Vitor Ramil | 2016 | |
13. Lurian José Reis da Silva Lima | Fazendo a história uma conversa entre Renato Almeida e Villa-Lobos | 2016 | |
14. Luciano da Candemil/ Josiane Vitor da Silva | Jardim En-Cantado material didático para a ampliação do repertório musical de alunos com transtorno do espectro autista | 2017 | |
15. Edwin Pitre-Vásquez | La Cumbia Panameña - Mudanza de Paradigma | ||
16. Edwin Pitre-Vásquez | La Cumbia Panameña: Relatos Sonoros | 2018 | |
17. Lurian José Reis da Silva Lima | Mazurka-Choro na trajetória de Villa | 2016 | |
18. Cainã Alves / Edwin Pitre-Vásquez | O Fandango Caiçara no litoral do Estado do Paraná | 2018 | |
19. Edwin Pitre-Vásquez / Luzia Aparecida Ferreira - Lia | Os Grupos de Maracatu na Cidade de Curitiba - resignificação ou novas identidades? | 2010 | |
20. Edwin Pitre-Vásquez | Prácticas Musicales y danzísticas en contextos mexicanos: Fandango Veracruzano y el Son Jarocho de México | 2016 | |
21. Antenor Ferreira Correa / Edwin Pitre-Vásquez | Ritmos Diatónicos - isomorfismos entre los patrónes rítmicos y de altura - naturalidad o arbitrariedad? | 2014 | |
22. Edwin Pitre-Vásquez / Luzia Aparecida Ferreira - Lia | Sonoridade(s) do Carnaval de Curitiba | 2015 | |
23. Luciano da Silva Candemil | Tánamão Tánopé Catopê é Tradição | 2016 | |
24. Edwin Pitre-Vásquez | “Tropicana Musical”, etnomusicólogos midiáticos: pesquisas e divulgação científica de repertórios musicais da América Latina | 2019 | |
25. Lurian José Reis da Silva Lima | Villa-Lobos de pai para filho | 2016 | |
26. Lurian José Reis da Silva Lima | Villa-Lobos e a música popular | 2017 | |
27. Edwin Pitre-Vásquez | Mejoranera - Alúde Latino-americano | 2011 |
Fonte: GRUPETNO UFPR - Elaboração própria (2022)
Um outro resultado são as montagens de operetas, musicais cênicos, grupo de choro e banda de música. Nesses 11 anos de existência foram montadas; 01 opereta, 01 musical cênico, um grupo de choro e uma banda de música. Para essas montagens foram necessárias organizar e administrar toda produção artísticas que envolve desde a seleção dos participantes, equipes de: produção, cenário, figurino, filmagens e fotografia, marketing e divulgação. As apresentações ocorreram em espaço da UFPR e no Festival de Inverno da UFPR na cidade de Antonina, litoral do estado do Paraná, em eventos acadêmicos e em teatros da cidade de Curitiba.
Os participantes do GRUPETNO/UFPR também são convidados para formar o corpo de jurados. Desde 2011 atuam como jurados do Festival de Música Tradicionalista da cidade de Inácio Martins, Estado do Paraná, Jurados do desfile de carnaval de Curitiba. Ainda nesse item são pareceristas Projetos Culturais nas áreas de música comunicação, patrimônio cultural para prefeituras e estados brasileiros.
O GRUPETNO também produz o Programa de Rádio “Tropicana Musical: déjala que siga… y no lo pares!” desde 2019, veiculado em três emissoras de universidades públicas brasileira e por uma rádio Web da República Dominicana.
Análises
A análise histórica foi a orientadora para a construção do texto, porém também foram utilizadas as análises do contexto social no qual o GRUPETNO UFPR está inserido, a quantitativa e a qualitativa.
As análises no GRUPETNO UFPR são realizadas a partir de temas e texto propostos que possuam conexão com a pesquisa de cada aluno visando uma melhor performance acadêmica em seus resultados. Suas produções sempre são apresentadas e discutidas pelo coletivo antes da realização dos Exames de Qualificações e Defesas dos Textos para obtenção de sua graduação em música como bacharel, Mestrado ou Doutorado, nos congressos e nas publicações da área.
É importante destacar que os resultados das pesquisas empíricas denotam evidências do trabalho de campo realizado, demonstrando as variáveis independentes na obtenção de dados levantados, sistematizados, as quais são analisadas e estruturadas dentro dos métodos aplicados já apontados anteriormente. A observação do fenômeno musical e os resultados estão expostos de acordo com o objetivo declarado: na diversidade de temas e perspectivas para cada projeto dos pesquisadores pertencentes ao GRUPETNO UFPR.
Outro fator a considerar são as contribuições dos pesquisadores/alunos que concluíram suas pesquisas de mestrado ou doutorados e ingressam como docentes nas universidades brasileiras tanto públicas como privadas. Os dois primeiros doutores foram aprovados em concursos públicos e se tornaram professores de universidades brasileiras. Um da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul e o outro na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, ambos no curso de música dessas instituições. Assim como um dos mestrandos tornou-se professor no curso de música na Faculdade de Artes do Paraná, FAP da Universidade Estadual do Paraná, em 2016, quando ainda realizava sua pesquisa e após a conclusão, foi professor em dois cursos da Universidade Estadual do Ceará, em 2017 e 2018 e 2022 e em junho de 2022 foi aprovado em concurso público do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará. IFCE, para o curso de música. Isso sem dúvida vai impactar a área de música nessas instituições, pois as metodologias aprendidas, no GRUPETNO, por esses pesquisadores os transformaram em sujeitos mediadores diferenciados [3].
Também a que se registrar que o GRUPETNO UFPR tem sido reconhecido pelos pares nacionais por ter de implementar um novo modelo de pesquisa na Etnomusicologia brasileira, a Etnomusicologia Dialógica, método utilizado na expansão transdisciplinar das pesquisas a partir de conceitos da complexidade e sua ampliação em redes colaborativas. (Morin, 2000; Rivas Tovar, 2009).
Discussão
Visando uma boa gestão das ações realizadas, nas reuniões quinzenais do GRUPETNO UFPR é distribuída com antecipação uma pauta onde são incluídos temas de interesse dos pesquisadores, isso propicia serem efetuadas discussões e reflexões visando o desenvolvimento e adequação do tema. Essas discussões estão sempre relacionadas aos temas e assuntos das pesquisas. Para isso são utilizadas metodologias da área das humanidades visando a validação de dados relativos às técnicas de exploração primária: análise de cluster, análise de fatores exploratórios e regressão múltipla. Assim, as pesquisas do GRUPETNO UFPR buscam utilizar as técnicas de sistemas complexos, para análises de dados e as interações com os demais campos e ou outras instituições de ensino e pesquisas brasileiras. As investigações realizadas possuem caráter qualitativo pois permitem efetuar análises com maior rigor científico e para isso são utilizados os softwares de análise semântica como o Atlas ti, sendo que deste 2021 as pesquisas estão se apoiando também na Teoria Complexidade, a qual permite compreender os processos que música é capaz de gerar. (Tovar, 2009)
Os pesquisadores do GRUPETNO UFPR, produzem textos para ser apresentados em congressos, palestras, aulas nacionais e internacionais, Tutoriais (Templates, Mendeley…), publicações em revistas, livros, enciclopédias de música, apresentações artísticas em eventos acadêmicos e artísticos, gravação de vídeos e CDs, programa de Rádio Tropicana Musical, participação como jurados em Concursos Artísticos no Interior do Estado, na cidade de Inácio Martins, Jurados no Desfile de Carnaval em São Paulo e Curitiba, Banca em Concursos para a Seleção de Professores em Universidades Públicas e Privadas na área de Música, Banca de Licenciatura, Mestrados e Doutorados de Universidades Públicas no Brasil e no México e Privadas na área de Música.
Como dito anteriormente no presente artigo está sendo abordado o caso de grupos de pesquisas na área das humanidades sobre os quais ainda há pouca literatura e, portanto, após revisão da literatura do estado da arte da área, observou-se ser necessário realizar essa reflexão.
No levantamento efetuado sobre os diferentes Grupos de Pesquisa em Etnomusicologia, atuantes nas universidades públicas federais no Brasil, foram identificados, além do GRUPETNO UFPR:
GEMPA - Laboratório de Etnomusicologia da Universidade Federal do Pará - UFPA
Grupo Laboratório de Etnomusicologia - Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
Grupo de Pesquisa em Etnomusicologia da Universidade Federal da Paraíba - UFPB
ETNOMUS UFRGS - Núcleo de Etnomusicologia da Universidade Federal de Rio Grande do Sul - UFRGS
GPMUC - Grupo de Pesquisa Música em Múltiplos Contextos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
LEAA - Laboratório de Etnomusicologia, Antropologia e Áudio Visual - Universidade Federal do Recôncavo Baiano - UFRB
Ao ser efetuada a análise do material produzido por esses grupos foram identificados os seguintes aspectos:
Temáticas diversificadas e justificadas pela posição geográfica que acompanha seu direcionamento na pesquisa da região onde está localizada a universidade;
Pesquisadores com formação diversificada como: historiadores; sociólogos, antropólogos, comunicadores, psicólogos dentre outros;
A Etnomusicologia por ser uma área transdisciplinar de complexidade que procura atender todas as possibilidades de estudos musicais e extramusicais em um país multiétnico e multicultural com Brasil, consegue abarcar nestes grupos interesses diversos nas pesquisas realizadas.
Mesmo assim foi possível identificar o diferencial do GRUPETNO UFPR, o qual reside essencialmente em:
Estabelecer no estado do Paraná um novo grupo de pesquisadores etnomusicólogos que possam conciliar a pesquisa abordando os aspectos qualitativos e quantitativos, sem perder de vista a natureza musical a sua “intencionalidade”;
As características, já apresentadas do território paranaense, a qual permite encontrar grupos históricos e dependendo da localidade geográfica, identificar culturas: caiçaras, caiporas e caipiras, possuidoras de identidades herdadas da Capitania de São Vicente, quando eram geopoliticamente um único espaço territorial, São Paulo e Paraná, embora tenha sido separados mantém a mesma “mancha cultural hereditária”, provocando o interesse por parte de nossos pesquisadores;
Pesquisadores de outros países das Américas, demonstrarem interesse em participar do GRUPETNO UFPR, e isso cria possibilidades e características para facilitar, aceitar e desenvolver argumentações entre os pesquisadores nacionais e latino-americanos e o crescimento de intercâmbios e convênios e
Durante o período da Pandemia, houve um crescimento dos intercâmbios através de software e sistemas de internet, palestras e cursos online, produções audiovisuais distribuídas pelo Site.
Embora as ações realizadas demonstrem um crescimento significativos, tanto em termos qualitativos como quantitativos em vários momentos, foi possível observar a necessidade de rever algum procedimento e encontrar um outro modo, ou uma ação distinta visando a melhorar as pesquisas efetuadas pelos membros do Grupo.
No período de 12 anos desde a gestação para Gestão, foi possível detectar que existem interesse latente dentro da UFPR, nas diferentes áreas. Uma deles oportunizou realizar um produto junto a Faculdade de Medicina e o Curso de Design, criando a trilha sonora do vídeo “Transporte Neo-natal Intra-hospitalar” com a finalidade de treinar todas as pessoas que tem contato com crianças que nascem antes do tempo, para evitar a maior quantidade de acidentes. O vídeo ganhou um prêmio na Associação Nacional de Pediatria. Para melhorar esta latência, seria necessário um trabalhos de difusão acadêmica para entender que as parcerias mesmo de áreas diferentes podem conseguir objetivos compartidos significativos, além de gerar um produto como selo UFPR. https://www.youtube.com/watch?v=-DIK903-Xn4
As instituições brasileiras estão sofrendo uma penalização financeira de tamanho exorbitante, uma situação que possuí matrizes políticas, e que mesmo a juventude que possui a intenção de participar das pesquisas fica traumatizada, pois os recursos são escassos, principalmente na área das humanidades. Isso tem provocado que muitos pesquisadores e estudantes façam uma migração forçada para fora do país.