SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
 número72Mesa Redonda: Geografia e História: visões sobre o Brasil no Mundo índice de autoresíndice de materiabúsqueda de artículos
Home Pagelista alfabética de revistas  

Servicios Personalizados

Revista

Articulo

Indicadores

Links relacionados

  • No hay artículos similaresSimilares en SciELO

Compartir


Investigaciones geográficas

versión On-line ISSN 2448-7279versión impresa ISSN 0188-4611

Invest. Geog  no.72 Ciudad de México ago. 2010

 

Notas y noticias

 

III Simposio Iberoamericano de História de la Cartografia: mundos ocultos dentro de um mapa

 

III Simposio Iberoamericano de Historia de la Cartografía: mundos ocultos dentro de un mapa

 

Breno Viotto Pedrosa

 

São Paulo, 24–30 de abril de 2010

 

Departamento de Geografia, Universidade de São Paulo.

 

Entre os dias 24 e 30 de abril ocorreu o III Simpósio Iberoamericano de História da Cartografia na Universidade de São Paulo (USP). Ao contrário do que freqüentemente ocorre em eventos científicos, ou da geografia, esse evento mobilizou uma série de departamentos e faculdades para acontecer. Além do departamento de História e Geografia (sede física dos espaços utilizados pelo evento), o Simpósio acabou por mobilizar a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e o Museu Paulista (MP), ambos ligados à USP. Já temos aí o indício da tônica interdisciplinar que o evento desdobrou em toda sua extensão.

Apesar desse evento ter a denominação de Iberoamericano, sua terceira versão reuniu professores norteamericanos, de instituições ligadas à França e naturalmente dos países da península ibérica e da América latina como um todo. As sessões de trabalho se dividiram em mesas redondas, que geralmente envolviam três participantes, conferências com apenas um trabalho de exposição mais longa e as comunicações livres para aqueles que inscrevesuas pesquisas. O encontro foi completamente gratuito para a participação e os trabalhos foram disponibilizados na internet para que houvesse a possibilidade de leitura antes do evento. Entre todas as sessões tivemos um total da participação de 65 (62.5%) homens e 39 (37.5%) mulheres, de acordo com a programação geral. No tocante ao público da assistência, o número de participantes nas sessões principais de trabalho eram cerca de 60 a 90 pessoas em média. O site de divulgação do evento —mesma página em que estão armazenados os trabalhos apresentados— obteve cerca de 4 900 visitações.1 A maioria esmagadora das visitas —cerca de 4 000— são de brasileiros, porém as demai se distribuem entre vários países alguns fora do mundo da cultura ibérica. Isso pode denotar uma possibilidade de abertura para debate, com colegas de outros países que estejam interessados na constituição histórica do mundo Ibérico ou que estejam interessados nas metodologias de pesquisa sobre história da cartografia.

Ao compararmos com a realização dos eventos anteriores (Oliveira, 2008 e Troncoso, 2006) cabe notar que há um crescimento, tanto do número de pesquisadores quanto das áreas do conhecimento envolvidas no debate acerca da história da cartografia. Alguns pesquisadores como Iris Kantor, Carla Lois e Omar Moncada2 para citar alguns, além de auxiliar na organização do simpósio, apresentaram seus trabalhos no evento demonstrando os avanços de suas pesquisas, seja no caso da reflexão sobre os mapas, seja na metodologia de seu arquivamento ou tratamento dos documentos. Sendo assim, o evento organizou os trabalhos recebidos de acordo com os seguintes eixos: 1. História da cartografia na América Latina; 2, Mapas, Expedições, Viagens e Etnocartografia; 3. Cartografias da Independência; 4. Representação do Território e Cartografia Urbana; 5. Acervos de Cartografia e Novas Tecnologias; e 6. Cartografia Histórica: ensino, técnicas e difusão. Todos os trabalhos enviados pelos participantes foram encaixados nesses eixos, que ao mesmo tempo conservam a agenda de pesquisa e inovam ao inserir novas perspectivas e abordagens de trabalho. Certamente, nesses eixos por um lado nós temos uma diminuição do enfoque em epistemologia —no segundo encontro o termo aparecia de maneira mais explícita nos eixos— e um maior enfoque na questão política e na especificidade da América Latina.

Para encerrar essa primeira apresentação, cabe ressaltar que nas comunicações livres, nas conferências e nas mesas redondas, tivemos plenos e ricos debates. Na maioria dos casos o arranjo dos debates permitiu uma extensão do tempo de discussão sem que isso atrapalhasse ou desorganizasse o andamento do simpósio. Dito isso, partiremos para o debate do conteúdo do evento.

Ao falarmos de história da cartografia logo vem à cabeça a lembrança de amplos compêndios que misturam material etnográfico —os mapas dos povos fora da Europa e suas técnicas diferenciadas— e os mapas ocidentais, antes e depois do Iluminismo. O que se tentava retratar, ao que parece, em diversos desses grandes livros era uma espécie de evolução do pensamento cartográfico. A história era centrada na evolução das técnicas e mais marginalmente nas idéias que auxiliavam na concepção dos mapas. Os documentos eram os focos. Mas, o que se viu durante todo o simpósio foi um debate completamente diferente. Como demonstra Gomes (2004:71) a obra de Harley se apresenta como uma ruptura dessa perspectiva. Harley inaugura uma nova agenda de pesquisa com novos referenciais metodológicos e com o objetivo de desconstruir os mapas que só podem ser socialmente concebidos e constituídos. De uma forma geral, a impressão é que a renovação introduzida por Harley foi fundamental, no entanto, talvez o seu esquema de análise não seja adotado por inteiro —até suas últimas conseqüências e em seus detalhes— por grande parte dos pesquisadores.

Na abertura no Simpósio a exposição de Nestor Goulart Reis nos mostra o mundo escondido atrás dos mapas. Portanto, através dos documentos cartográficos Nestor busca reconstituir toda a rede de cidades brasileiras. A restituição não pára somente na sua distribuição espacial tout court, mas se encaminha para o estudo das concepções urbanísticas, bem como a concepção geopolítica da topologia das cidades. Em meio a esse quadro fascinante se evidencia uma pesquisa com um viés arqueológico que tenta explorar as atividades econômicas arcaicas e de populações como indígenas ou escravos alforriados. A estrutura social de alguma forma se manifesta na estrutura urbana em suas diversas escalas.

A conferência de abertura deu a tônica da interdisciplinaridade. O professor Nestor usou o documento cartográfico para transitar por várias áreas do conhecimento e para articular várias idéias de seu objeto de pesquisa inicial.

Carla Lois se dedicou a compreender as representações acerca do desconhecido. Portanto, na época do descobrimento como o desconhecimento provoca a formação de representações e como estas se relacionam com o conhecimento. O desconhecido aparece então como o verossímil e é construído pelos homens, como continuidade do conhecido. Sendo assim, Carla retoma todos os debates acerca da forma e extensão dos continentes descobertos, o debate da Ilha mundo —a navegação pelo atlântico chegaria às Índias— e sobre a verdadeira forma da América. Se refere ao continente austral e demonstra a dificuldade de sua descoberta. As escrituras sobre os novos continentes e os mapas se apresentam então como um trabalho descontínuo, formando uma geografia imaginada e uma geografia do desconhecido. Curiosamente os cartógrafos da época tinham uma tese sobre a simetria dos continentes desconhecidos, e quando a Austrália é descoberta temos uma mudança no formato da América. Ao final da exposição e uma vez definido o debate sobre o formato dos continentes, cabe agora preencher com conhecimento o seu interior. Sendo assim, o branco no mapa aparece como um positivo plástico, ou áreas passíveis de exploração que apresentam uma possibilidade de crescimento colonial e econômico, ao mesmo tempo em que revelam um silêncio acerca do topos em questão. O sentido da ação do império é então o preenchi–mento dos vazios.

A exposição de Carla chamou atenção para um fato que pensamos ser importante. Alguns geógrafos consideram a cartografia a linguagem própria da geografia. Tendo em vista esse panorama, porque a história da cartografia caminha de maneira distante da história do pensamento geográfico? Certamente a história da cartografia remete muito mais a uma geografia histórica, no sentido que ela fornece subsídios para a restituição de uma geografia do passado. Por que então, não existem trabalhos sobre uma história da cartografia moderna, utilizada pelos geógrafos mais contemporâneos e institucionalizados nas universidades? Talvez essa temática não abra uma agenda de pesquisa tão ampla quando os mapas muito antigos, mas sem sombra de dúvidas a cartografia dos geógrafos modernos pode nos revelar uma série de fatos interessantes, inclusive sob o ponto de vista de sua epistemologia e sociologia. Nesse sentido, observamos a influencia de Jacob que propõe uma história da cartografia que privilegie a história e não somente conteúdos estritamente geográficos. O predomínio da análise é a dimensão diacrônica (Ibid.:72). Aparentemente a idéia de representação é fundamental na história da cartografia. Não somente na representação isolada, mas a sua reverberação enquanto visão e apreensão de mundo como demonstra Carla Lois. O mapa, representação documental construída, descortina um mundo a ser explorado sobre vários aspectos e que freqüentemente é acompanhado de uma pesquisa histórica —ou mesmo sob uma visão antropológica. O mapa é sempre um documento histórico datado e é uma representação de uma realidade concreta aos olhos de uma determinada sociedade. Obviamente o mapa é sempre uma simplificação da realidade.

No entanto, o congresso mostrou que as metodologias de ambas áreas possuem algumas similitudes. Na história do pensamento geográfico, o conhecimento muitas vezes não é visto como representação e alguns pesquisadores preferem ver o desenvolvimento epistemológico per se desligado dos contextos e das repercussões sociais. É exatamente como uma história da cartografia que observa apenas as renovações técnicas sem analisar as transformações sociais.

A similitude das metodologias entre a história do pensamento geográfico e história da cartografia fica clara no trabalho apresentando por Rafael Moreira sobre os cartógrafos africanos na corte de Dom Manuel I de Portugal. Rafael se preocupou em delimitar todo um contexto da arte africana e a sua relação colonial com Portugal. Após isso, demonstrou como Pedro e Jorge Reinel, oriundos de Serra Leoa foram levados a Portugal e educados na arte da cartografia. Os dois africanos negros se tornaram fundamentais na corte trabalhando como cartógrafos e confeccionando mapas que teriam amplas repercussões. Rafael desvela a partir desses contextos uma corte portuguesa cosmopolita e relativamente livre de preconceitos. Outro fato importante é que os cartógrafos ao representarem os lugares se utilizaram da informação técnica, mas também se utilizaram dos relatos de viagem. É interessante notar que o mapa feito por Reinel compôs o Atlas Miller e apresenta cerca de 150 toponímias além de um rico conteúdo iconográfico. Sendo assim, o mapa delimita os lugares ao mesmo tempo em que a iconografia tenta trazer um conteúdo de síntese acerca de terras quase incógnitas. Nesse sentido, nos parece que a representação usa um recurso qualitativo para tentar se libertar de uma limitação quantitativa e técnica da cartografia do desconhecido. A iconografia demonstra como o mapa não pode estar descolado completamente de outros textos —ou de uma semiologia.

Em um dos episódios dessa história dos cartógrafos, Jorge Reinel chega até mesmo a trabalhar como espião para a corte portuguesa. Em um dos seus serviços realiza a confecção de um mapa com localizações erradas. Denota–se aí a importância estratégica do conhecimento e a ligação íntima entre cartografia e geopolítica. Portanto, além da história da cartografia se remeter a uma geografia histórica, ela também na grande maioria dos casos se refere a uma geopolítica histórica que tem repercussões na ocupação e colonização dos territórios.

É exatamente isso que se evidência no trabalho apresentado por Omar Moncada. Seu objeto de estudo são os engenheiros cartógrafos do exército espanhol. Portanto ele demonstra nas cartas produzidas a estratégia de ocupação e defesa do território colonial mexicano. Demonstra como no final das contas os colonizadores tinham um domínio muito frágil das terras conquistadas. A exemplo da colonização portuguesa, a preocupação maior era com as áreas de litorâneas. Destacase a presença de missões que de uma maneira mais ou menos isolada foram capazes de gerar núcleos ocupacionais. Paralelamente temos a formação dos Presidios em que muitos dos seus destinados chegam já mortos. A ocupação e o comando dos líderes locais tinham portando um caráter administrativo e militar. As condições ambientais eram dificílimas devido à morte de uma grande quantidade de colonizadores. Por fim devido à escassez de mão–de–obra os soldados acabavam trabalhando nas minas. A proposta de colonização das áreas mexicanas era ensinar as populações locais a trabalharem devido ao baixo número de espanhóis disponíveis para a colonização. E os engenheiros cartógrafos tinham um papel muito importante no manejo e nas representações desses territórios. Nos debates sobre esse trabalho, aparece a polêmica se a península da baixa Califórnia seria uma ilha ou uma península.

Cabe ressaltar, portanto, que vários outros trabalhos apresentados tinham por tema as controvérsias acerca da forma e extensão territorial de conjuntos regionais. Alguns trabalhos sobre cartografia urbana também se debruçam sobre a forma e extensão da malha urbana. A dificuldade maior nesse caso é identificar a "verdade" da representação de cidades que foram quase inteiramente transformadas. A exemplo do trabalho de Moncada, a formação territorial também foi um outro tema muito comum, como por exemplo, a partir de quais caminhos ou marcos geográficos as regiões foram colonizadas. As controvérsias sobre os lugares, como havíamos ditos também foi um tema recorrente, sendo que vários autores buscaram explorar a relação entre as expedições e a confecção de mapas —seja para a feitura de marcos no território ou para a confirmação de fronteiras entre colônias.

Um trabalho que nos pareceu inovador foi o de Jean–Marc Besse acerca da obra de Abraham Ortelius. Besse demonstrou como Ortelius, um importante colecionador de objetos da antiguidade de sua época —século XVI— tentou restituir as toponímias de várias obras e relatos da antiguidade. Através de viagens e de cadernos de campo, Ortelius tentou sobrepor mapas dos tempos antigos com os mapas de sua época, verificando as possibilidades de coincidência ou de discordância acerca dos lugares. Sua produção cartográfica também marca os lugares que não existem na realidade concreta ou lugares que possivelmente tiveram sua toponímia alterada. Outro aspecto de sua obra de comparação é a desmistificação da explicação acerca toponímia de alguns lugares a partir da verificação errônea de alguns relatos da antiguidade.

No mesmo sentido de desmistificação de certas idéias construídas, Dante Martins Teixeira partindo dos mapas produzidos por Marcgrave tenta lançar um outro olhar sobre o ecossistema brasileiro da mata atlântica. Marcgrave foi um dos cartógrafos oficiais do governo de Maurício de Nassau, na época em que os holandeses invadiram o Brasil e estabeleceram base na cidade de Olinda, no atual estado de Pernambuco. A mata atlântica é uma dos principais ecossistemas de florestas brasileiras que cobre quase toda a extensão de sua costa atlântica. Dante fez o trabalho de comparar os mapas de Marcgrave com as pinturas paisagísticas de artistas contratados por Nassau e demonstrou como a mata atlântica era intermeada por campos de áreas abertas com fauna e fora, em alguns casos, diferenciadas do que se encontra na floresta. Sua hipótese baseada nos mapas e nas imagens é que talvez a mata atlântica fosse naturalmente composta por zonas de mata fechada e zonas de campos abertos. O que certamente muda completamente a idéia acerca dessa formação florestal. Historicamente a floresta sempre foi vista como um contínuo de mata fechada e exuberante. Sua crítica vai no sentido de chamar atenção acerca do que vem sendo preservado até os dias de hoje, e sobre o fato de que as ciências biológicas têm dificuldade de ter um raciocínio histórico. No caso, falta explorar mais a história ambiental e suas transformações frente à ação do homem. Mais uma vez a floresta aparece como uma representação, ligada na atualidade à preservação ambiental e a conservação de uma biodiversidade que há muito pode estar perdida. Outro aspecto que pode cair por terra, é a idéia de equilíbrio do ecossistema: se os campos eram parte integrante da mata, como haveria equilíbrio ambiental sem essa parte do meio–ambiente?

Finalmente, dois pesquisadores portugueses apresentaram um trabalho sobre a obra de Jaime Cortesão. Francisco Roque de Oliveira e João Carlos Garcia buscaram explorar aspectos biográficos de Jaime Cortesão, culminando suas exposições na organização de suas obras acerca do Brasil e dos mapas sobre o território brasileiro. Assim nos foi apresentando Jaime Cortesão que não era cartógrafo, mas tentou de uma maneira muito rigorosa reconstituir a história do território brasileiro através das cartas antigas. Seu trabalho foi desenvolvido dentro de um curso de formação de diplomatas, o que remonta a importância histórica e geopolítica da cartografia.

A marca do simpósio foi o debate franco, detido e envolvendo intelectuais de várias áreas. Não podemos negar que em alguns momentos os debates se sobrepuseram e que a discussão entre especialistas nos encaminhou para sendas que reportavam a detalhes sobre documentos ou sobre controvérsias do passado. Isso não ofuscou em nenhum momento a importância dos temas e refletiu a discussão aprofundada. Lamentamos apenas o fato de uma baixa freqüência de participantes se compararmos a diversidade e importância dos temas. Ao final de tudo, o simpósio mostrou que há muito a fazer na área de história da cartografia, seja no desdobramento dos temas de pesquisa, seja na catalogação e disponibilidade de novos documentos. Frente todo esse panorama é interessante pensar como a história da cartografia se desprende da história da geografia a partir do momento que um mundo de temas de pesquisa se revela através dos mapas. A próxima edição do evento seguirá na Universidade de Lisboa, Portugal.

 

REFERÊNCIAS

Gomes, M. do C. A. (2004), "Velhos mapas, novas leituras: revistando a história da cartografia" em Geousp, no. 16, São Paulo, pp. 67–79.        [ Links ]

Oliveira, F. R. de (2008), "II Simposio Iberoamericano de História de la Cartografía. La cartografía y el conocimiento del territorio en los países iberoamericanos, Ciudad de México, 21–25 de abril de 2008", en Investigaciones Geográficas, Boletín, núm. 66, Instituto de Geografía, UNAM, México, pp. 167–171.        [ Links ]

Troncoso, C. A. (2006), "I Simposio Iberoamericano de História de la Cartografía. Imágenes y lenguajes cartográficos en las representaciones del espacio y del tiempo, Buenos Aires, 20, 21 y 22 de abril de 2006", en Investigaciones Geográficas, Boletín, núm. 60, Instituto de Geografía, UNAM, México, pp. 171–174.        [ Links ]

 

NOTAS

1 Os dados da revista se refere a uma visitação feita no dia 15 de maio de 2010. Endereço do site: http://3siahc.wordpress.com/

2 Autores inclusive que tiveram suas obras comentadas nas outras resenhas.

Creative Commons License Todo el contenido de esta revista, excepto dónde está identificado, está bajo una Licencia Creative Commons